domingo, 10 de abril de 2011

Apenas mais um Dom Quixote! Apenas mais um nobre Otário!

Muito prazer,me chamam de otário,
Por amor às causas perdidas
Tudo bem...até pode ser
Que os dragões sejam
moinhos de vento
Tudo bem...seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas
(Dom Quixote – Engenheiros do Hawaii)



 
Hoje me encontrei comigo pensando no que sonhei em ser, e o que de fato sou, em meio aos profundos pensamentos me deparei com uma figura forte e talvez pouco inconveniente, um certo Dom que trago dentro de mim, um Dom Quixote de La Mancha.
Como bem diz a música dos Engenheiros do Hawaii nada mais que um otário, sim um otário. Orgulho-me disso!
Dom Quixote em sua vida lia grandes romances sobre a cavalaria até que um dia em um ato de loucura resolveu se tornar um cavaleiro andante, e ao contrário da visão humorística que costuma se atribuir a esse personagem, vejo um guerreiro nobre que seria capaz de lutar contra qualquer figura pelo seu verdadeiro amor, mesmo sob uma armadura decadente, mesmo com força física limitada, mesmo sem que ninguém acreditasse nele. Era o amor desse nobre otário que o guiava, que lhe dava coragem de investir contra dragões mesmo que estes nunca tenham existido.
Me vejo como um Otário, um nobre otário que por amor as causas perdidas, e mesmo que em frágil armadura, foi capaz de lutar contra si em um ato de insanidade por um amor que talvez nunca aconteça. Muitas mulheres sonham com um príncipe encantado montado sobre um belo alazão, porém a perfeição que procuram nestes talvez nunca encontrem, talvez só procurem um cavaleiro insano capaz de lutar pelo amor delas contra as situações mais improváveis e mesmo na insanidade consigam levar isso com honra e amor até o fim.
Serei sempre um Otário, um Louco e um Insano. Por mais doloroso que seja amar alguém, se lutares por esse amor, ainda que perdido, nunca deixarás de ser um nobre! A nobreza dos grande homens, dos verdadeiros loucos, não está na desistência e sim na luta por um amor mesmo que este nunca venha, mesmo que este seja apenas mais um moinho em nossas vidas.
Por fim escrevo essas sinceras palavras, porque ainda sou um Dom Quixote lutando por uma causa perdida, os moinhos não me deixam em paz, mas é sempre bom lembrar que é o amor verdadeiro que faz tudo isso valer à pena.
Com certeza esse não é o meu melhor ou mais belo texto, mas com certeza é o que traduz melhor o que sou, minha luta diária e meu sofrimento por esperar algo que talvez não exista. Continuarei como um andante sobre meu cavalo precário com minha frágil armadura mas tendo certeza do grande homem que sou!

                                                                               João Af. Maia

Um comentário: