segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ao Meu Amigo Caderno!

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
(O Caderno - Touquinho)




Amigo lembro-me das primeiras palavras que tracei sobre ti.
As primeiras lágrimas que derramei sobre sua face tão silente, mas ao mesmo tempo tão aconchegante e tão surpreendente.
Amigo nem sempre lhe dou o valor que merece, mas mesmo assim você nunca se recusou a consolar meu pranto.
Hoje te procuro porque preciso me refugiar novamente, você já me conheceu em diversos momentos e diversas fases da minha vida, me encontro em mais um daqueles dias que lhe procuro para externar minha dor.
Sabe amigo, homens também sofrem por amor. Não é porque possuímos traços físicos mais fortes, que venhamos a ser mais fortes que qualquer outro ser humano.
Grande amigo, talvez você saiba como ninguém os sentimentos que trago no peito, medos, angústias, alegrias, felicidade e amor, com certeza este último sentimento é o mais cruel. Amigo quando se ama a vida se torna um caminho pedregoso sem um fim aparente, incerto e tortuoso, a cada passo que dou meus pés vão se ferindo cada vez mais, e mesmo ferido continuo insistindo contra todas as circunstâncias adversas.
Meu caro caderno, você já percebeu que carrego amor em meu coração, e que meus pés sangram cada dia mais, por que será que tudo tem de ser tão difícil? O porquê de tantas pedras? Por que não podemos arrancar nosso coração ou os sentimentos que temos? Será que o sangue que escorre por meus pés cansados não é o suficiente? Será preciso que eu tenha que me ajoelhar ou até mesmo rastejar por essa estrada acidentada para conseguir chegar ao fim? Ou será que morrerei sem completar esse caminho como tantos outros?
Nesse momento a dúvida paira sobre minha cabeça e sem querer incomodar venho até você meu companheiro, lutamos juntos a cada instante, não quero que isso que possa parecer um desabafo venha lhe perturbar, mas é o único a quem tenho para recorrer, por isso lhe agradeço por estar aqui sempre presente quando preciso. Isso com certeza é o maior ato de humanidade que você pode dar. Obrigado!

                                                                                                          João Af. Maia

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