segunda-feira, 30 de maio de 2011

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? - Fernando Pessoa


Sou como um pássaro preso numa gaiola pendurada ao lado de uma janela, vejo a natureza me chamando, a vida passando e o meu mundo resumido em grades ao meu redor.
Onde me encontro não consigo abrir minhas asas, não sou dono de minhas escolhas pois estou preso a vontade de outros, gosto mesmo de dormir e me perder em meus sonhos, pois neles posso abrir minhas asas, alçar vôo e partir rumo a luz do sol, repousar sobre o galho de uma árvore, ver a beleza do caír da tarde sobre os campos floridos, me sentir como realmente nasci para ser. Quando acordo após um de meus sonhos e me deparo com a realidade em que me encontro me bate aquela tristeza, vontade de chorar e medo de que nunca me deixem voar rumo a minha felicidade.
Assim é o coração de quem ama, preso por um sentimento mais forte que nos impede de vivermos as felicidade mesmo com todo esforço e empenho que se possa ter, pois, a gaiola de nossos sentimentos só pode ser aberta por outra pessoa, pela recíproca do amor verdadeiro, do olhar sincero e do carinho sublime.
E não pense que o canto dos pássaros engaiolados é a expressão de sua felicidade, e sim um grito solitário esperando uma companhia em seu cárcere de solidão, assim como os escritos de um amor esperando para voar preso em um só coração.

                                                                                                         João Af. Maia

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